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Hans Pfaall e a Lua

  • Foto do escritor: Rebecca Souza
    Rebecca Souza
  • 27 de mar. de 2022
  • 2 min de leitura

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Em 1848 é publicado o livro Contos do Grotesco e do Arabesco. Nele, pelos caminhos fantásticos da imaginação, conseguimos experienciar uma viagem à Lua.


Edgar Allan Poe, no conto As Aventuras sem paralelo de um tal Hans Pfaall, relata essa experiência de uma forma muito precisa, como se estivéssemos lá, ao lado de Hans, partilhando de todos os momentos vivenciados por ele nessa jornada.


A empreitada de Hans até a Lua, embora tenha tido motivações menos nobres do que a do inventor que quer ver a sua obra ganhar vida, é intensamente estudada e planejada. Ao longo da jornada, que dura dezenove dias, nos vemos flutuando no balão acima das nuvens, suspensos nas previsões, preocupações e resoluções da mente engenhosa de Hans.


Os cálculos de física sobre a distância da Terra à Lua, a trigonometria de um triângulo retângulo para entender a concavidade da superfície do globo, a matemática envolvida na criação de um relógio hidráulico, a física na criação de um condensador de ar e as provisões das necessidades do corpo humano em um ambiente totalmente estranho ao terrestre são fascinantes.


Próximo do final de sua jornada, após passar por uma instabilidade em seu balão, Hans, finalmente nos conta sobre estar perto da Lua.


"Torna-se quase inútil dizer que, voltando à compreensão exata da minha situação, e emergindo do terror que me havia absorvido todas as faculdades mentais, minha atenção se aplicou de início unicamente à contemplação do aspecto geral da Lua. Desenrolava-se diante de mim como um mapa, e, embora julgasse que se encontrava ainda a uma distância bastante considerável, as asperezas da sua superfície desenhavam-se a meus olhos com nitidez, embora eu não pudesse compreender tudo o que via. A ausência completa de oceano, de mar, e até de qualquer lago ou rio, impressionou-me, à primeira olhadela, como o sinal mais extraordinário da sua condição geológica."

Visão essa que é bem parecida com a que conhecemos hoje da Lua, mas ao contrário da experiência de Neil Armstrong, que caminhou nela sem sentir os efeitos da atração gravitacional, Hans cai


"como uma bala, bem no centro de uma cidade de aspecto fantástico, e no meio de uma multidão de gente baixa e feia, nenhum de cujos indivíduos pronunciou uma sílaba nem se deu ao mínimo incômodo para me prestar assistência. Mantinham-se todos, os punhos nos quadris, como um monte de idiotas, fazendo caretas de maneira ridícula e olhando-me e ao balão de través."








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